A nova onda é a moda moldura. A roupa se torna uma tela de pintura que envolve o corpo feminino - impedido, naturalmente, de sentar-se ou aproximar-se do restante da humanidade. Essa tendência vem dos desfiles de escolas de samba cariocas e influenciou, diretamente, os designers holandeses Victor & Rolf (não são dupla sertaneja, não), especializados em inventar roupas espetaculares que não vestem mulher alguma, como o queijo furado avermelhado e a composição cinzenta - que são de priscas eras. Misoginia, talvez? Será?
Perto de Victor & Rolf, Jean-Paul Gaultier, aquele que inventou o sutiã de dominatrix da Madonna e consegue estragar o visual de divas como Marion Cottillard e Catherine Deneuve, fica discretíssimo. Claro que a roupa de Gaultier continua voltada para o espetáculo, não para a cobertura de corpos. Tudo o que ele faz parece ter saído do Quinto Elemento, o divertidíssimo filme de Luc Besson, cujos figurinos foram criados por Gaultier. Acima, algo que combina o estilo marinheiro, que ele ama, com tamancos holandeses e uma saia muito interessante.
Aparentemente, as transparências continuarão em voga, assim como o vestido com estampa de poltrona, criações de Elie Saab, a cara de estreias hollywoodianas - ou bollywoodianas. Uma majestosa noiva em dourado fechou o desfile.
Zuhair Mourad apostou nas estrelinhas em todos os modelos, incluindo a noiva. Tudo bem tradicional, mas intergaláctico.
Já o veteraníssimo Valentino, aparentemente, preparou uma coleção que serve para montagens operísticas com histórias situadas em épocas históricas ou não. Abusou do dourado, inventou uma egípcia/babilônica, prendeu ramos de folhas nos vestidos, capas belissimas, vestes para rainhas e princesas medievais. Um show!!! Difícil será usar isso na vida real.
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